terça-feira, 27 de setembro de 2011

Nossas, minhas. Mãos.

Tive pavor de soltar a mão que eu segurava. Quando pensei na queda que viria a acontecer tudo que consegui segurar foi aquela mão e mesmo que a mão me arrastasse - e ficassem pedaços meus pelo asfalto quente - me agarrava cada vez mais. Como se eu não me importasse com as feridas que aquilo me causava, como se a dor de soltar a mão fosse maior que a dor de perder partes minhas pelo caminho. Perdi muito de mim agarrada aquela mão. 
    Quando soltei a mão vi que as partes que perdi de mim não posso recuperar e segurar a mão só me trouxe o medo de andar sozinha, vivi muito tempo agarrada em mãos e quando descobri que existiam duas mãos em mim ás agarrei com a força do mundo. Agora já não me arrasto mais e não me perco. Não quero e nem espero nada de ninguém que não seja eu.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Aquela coisa distante, cansada. Como se estivesse tão ausente que nem podia ser tocada.